Certo dia eu estava num ônibus e embora eu parecesse observar a paisagem do mundo afora pela janela, estava completamente absorta em pensamentos e dores que há dias me angustiavam. Eu estava enxergando apenas meu próprio mundo. Naquele instante qualquer realidade que não fosse a minha me parecia ser muito mais confortável; naquele dia, uma frase de Fernando pessoa que li em algum lugar viria bem a calhar: “hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu”. E embora eu deteste chorar em publico, não consegui conter minhas lágrimas. Então de repente, uma sensação confortante invadiu minha alma e me acalmou. Eu me senti como uma criança que, ao correr para os braços da mãe choramingando por ter levado um tombo, recebe um afago consolador.
Afinal, quem é ela que me sorri como uma criança
Quem é ela que me deu o prazer de me sentir como se eu estivesse numa dança
Quem é ela que me fez sentir segura e serena mesmo sabendo que estes tempos são de mudança
Ora... é óbvio! Só poderia ser ela... A ESPERANÇA
Daquele dia em diante me senti mais forte... “os ventos que me sopram a Esperança me trarão também Amor e sorte”, eu pensei
E agora eu estou mais tranqüila, dando um passo de cada vez, vivendo um dia de cada vez, sem mais desesperos pela falta do que ainda não vivi. Não me preocupo tanto com o que virá, não mais! Meu mundo tem dores e cores e Flores... e também amores. Mas finalmente percebi que apesar das dores, meu mundo tem cores e Flores!
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